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“Cultivar milho se resume a dirigir tratores e pulverizar”


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Com a ajuda dos seus aliados humanos e botânicos (isto é, a política de incentivo à agricultura e à soja), o milho tinha empurrado para fora das terras os animais e as lavouras que os alimentavam, continuando a avançar firmemente para dentro de seus cercados, pastos e campos. Agora ia em frente expulsando as pessoas. Pois a radicalmente simplificada propriedade produtora de milho e soja não requer nem de longe a mesma força de trabalho da antiga propriedade diversificada, sobretudo quando os fazendeiros podem recorrer a máquinas de plantar com 16 braços e pesticidas contra ervas daninhas. Um único homem pode lidar com uma quantidade muito maior de acres por conta própria quando o que está sendo plantado é uma monocultura e, sem animais para tomar conta, pode tirar os fins de semana de folga, e até pensar em passar o inverno na Flórida. 

“Cultivar milho se resume a dirigir tratores e pulverizar”, disse-me Naylor; e o número de dias necessários para dirigir e pulverizar pode somar algumas semanas. As fazendas, então, tornam-se maiores, e as pessoas, que não conseguiam mesmo se sustentar por causa dos preços constantemente em queda do milho, acabaram partindo para outros lugares, cedendo o espaço para essa planta e seu crescimento monstruoso.

- POLLAN, Michel; O Dilema do Onívoro, p. 36-37.

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